#Resenha - O mundo que nos faz, a nós que fazemos o mundo, de Patrique Feijão - Chiado Editora

Olá queridos leitores!



Título: O mundo que nos faz, a nós que fazemos o mundo
Autor: Patrique Feijão
ISBN: 978-989-51-2911-9
Gênero: Romance
Páginas: 238
Editora: Chiado
Cortesia da Editora
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Sinopse:

"O beijo é das melhores coisas desta vida, principalmente quando a entrega a essa troca de movimentos musculares é inteira. Não há redor durante um beijo verdadeiro. Estamos sós, mais nada existe, assim se pára o tempo. Confusões salivares, movimentos musculares, o mais puro de todos os ares que nos confunde a alma como se de uma transfusão espiritual se tratasse. Conspiração interligada, partilha encruzilhada, planetária emoção da transposição de barreiras virtualmente reais, vimos do nada, exactamente o sítio para onde vamos, como se de um ciclo corrupto se tratasse, mas nesta etapa de tão flagrante viagem, são os salpicos de pólen que sobrevivem ao tempo, é o ósculo. És muito mais bonita vista daqui, assim perto de nariz a roçar, peles coladas e pestanas quase enroladas. Lábios enroscados, olhos flamejados, mesmo que encerrados, é uma das formas de voar, como se de liberdade se tratasse. Línguas infiltradas, respirações descoordenadas, mesmo que desafinadas, é assim que uma orquestra celestial se consegue amestrar. É uma prosa poética esse beijo, é o versejo que rima mesmo que não entoe, que harmoniza mesmo que doa, suaviza a luta dos que permanecem em fuga, como se de uma abstracta amálgama de cores se tratasse, não é arte que se descarte, é a mais bonita de todas as formas de arte. É uma prosa poética, esse beijo."



Resenha:

O mundo que nos faz, a nós que fazemos o mundo é o segundo romance do autor Patrique Feijão. 

O mundo que nos faz, a nós que fazemos o mundo é a história de Heister, um homem comum, mas que descobre ter o dom de aprender sobre tudo durante o sono e começa a descobrir toda verdade existente, e assim resolve deixar sua vida rotineira para trás e se aventurar pelo mundo, e em suas andanças conhece lugares e pessoas diferentes e entre essas pessoas conhece Hélène, que trabalha em uma revista como jornalista.


Levei algum tempo para assimilar do que se tratava a história, é uma leitura complexa, e por isso se tornou um pouco lenta, mas em nenhum momento enfadonha. 

Tudo começa a ficar claro para mim quando Hélène viaja a Berlim para encontrar um famoso médico chamado Suskindt para entrevistá-lo acerca de uma rara doença que acomete a visão de algumas pessoas, e nessa entrevista acaba descobrindo algo muito sinistro diante de uma declaração de Suskindt , e assim passa a investigar sobre uma misteriosa vacina que o doutor desconfia estar causando danos à saúde das pessoas.

Depois de várias tentativas frustradas em descobrir algo sobre a misteriosa vacina e sem chegar a lugar nenhum Hélène interrompe suas investigações por um tempo, mas depois de saber da morte misteriosa do doutor Suskindt resolve ir mais a fundo, e muitos fatos obscuros vem à tona.
E através dessas descobertas que Hélène vai fazendo e compartilhando com Heister é que a real intenção do autor vai ficando clara.

O autor criou um ambiente fictício dentro de fatos cotidianos e reais, o que acontece na política, na sociedade, na vida de cada um de nós, e usa de muita filosofia para passar tudo isso ao leitor. A narrativa desses acontecimentos cotidianos se intercalam com a história de Heister e vários outros personagens dentro da trama.

A escrita de Patrique ao mesmo tempo em que é poética é crua, é bem descritiva também, realista, crítica e questionadora. Um estilo totalmente diferente do que li até o momento.

Conhecemos vários personagens que o autor vai inserindo durante a narrativa, e cada um passa a ter um papel importante dentro da história e juntos tentam lutar para mudar o mundo.

É uma história intensa, profunda e impactante e o que causa esse misto de sentimentos são os fatos cotidianos e reais que o autor vai mostrando ao longo da narrativa. Mostra como o poder tem o dom de despertar o lado ruim, frio e obscuro do ser humano e como tudo isso influencia a vida das pessoas.

Uma trama bem elaborada, inquietante e que nos tira da zona de conforto, somos levados a pensar, a questionar e enxergar fatos por um ângulo totalmente diferente.

Me surpreendi com o final da história...

Única palavra que encontrei para definir esse livro foi - agridoce.

Recomendo aos que gostam de ficção acompanhada de uma boa dose de realidade regada a muita filosofia.

A capa está linda, transmite liberdade e amplitude, edição perfeita, a Chiado Editora está de parabéns.

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