#Resenha - Rebentar, de Rafael Gallo - Editora Record, por Renata Maiochi

Olá queridos leitores!


Sinopse:


" Depois que seu filho desapareceu aos 5 anos, Ângela dedicou toda a sua vida à busca da criança. Parou de trabalhar, não teve mais filhos, afiliou-se a instituições de busca de crianças desaparecidas. Mas após trinta anos sem nenhum resultado, ela finalmente decide desistir completamente da procura. Além da própria dor e culpa, Ângela precisa enfrentar o julgamento de todos aqueles que de alguma forma estavam envolvidos com sua história.
Rebentar é um corajoso e emocionante mergulho nas dores da perda."





Resenha:

Quando Ângela passeava com seu filho Felipe em uma galeria comercial, não poderia jamais imaginar que esse seria seu último dia ao lado de seu pequeno tão amado.
Não poderia ela imaginar que ao atender a um pedido do pequeno de ir a uma loja de brinquedos sozinho enquanto ela mandava revelar algumas fotos, que aquela seria a última vez em que sentiria o toque das pequenas mãozinhas de Felipe, até então com cinco, quase seis anos de idade. 

Numa busca incansável por seu filho, trinta anos se passaram e Ângela começa a perceber que não viveu nada além do luto inacabável sem corpo.
Começa então o processo de rebentar. Rebentar as correntes que a prendiam a um passado sem história. Rebentar os laços tão bem amarrados, que pelos quais, ainda lhe faziam faltar o ar. 

Hoje Felipe teria trinta e seis anos, e ela o perdeu. Hoje seria um homem formado, não é mais aquele rostinho que procura.
Uma decisão é tomada: Ângela não quer mais procurar por seu filho.

Entre confrontos internos e externos, ela decide por fim a uma luta que não teria ganhador.
Otávio, marido de Ângela decide apoiá-la em todas as suas decisões e ela conta também com o apoio de sua sobrinha Isa. Mas não será tão fácil assim, pois a sociedade, ainda que próxima, tende a recriminá-la por sua decisão.
Rebentar essas correntes torna-se o processo mais difícil da vida de Ângela, recaídas acontecem e eliminar as lembranças físicas, derrubar as paredes, causam dores ainda mais profundas.

Pode uma mãe desistir da procura por seu filho, mesmo sabendo que esse amor nunca irá adormecer?

Minha opinião:

Rebentar é uma história tão cruel, e ao mesmo tempo tão real, que não posso nem em meus piores pesadelos, imaginar a dor que sente uma mãe ao perder seu filho. Não a perda por uma doença, um acidente ou qualquer outra coisa que poderia levá-lo para outro mundo, pois ainda assim essa mãe sabe onde ele está, sabe que os abraços e os beijos, não mais acontecem por uma vontade de Deus. Perder seu filho, sem a certeza de ele estar vivo ou não, se passa necessidade, ou teve a sorte de encontrar outra família, deve causar em uma mãe a dor de uma ferida que nunca se fecha. Rebentar nos faz sentir as dores de uma mãe que chora pela incerteza.

O livro é muito bem escrito, não encontrei erros de português, as páginas são amarelas, e os capítulos são bem compostos. A capa chama a atenção pelo rostinho de uma criança que o tempo apagou, aquele que só uma mãe tem a certeza de ser de seu filho. Os outros personagens são interessantes, Regina irmã de Ângela é aquela que acredita ser a dona da razão, Suzana, a psicóloga nos mostra que até os mais preparados também se assustam com o que ouvem e Dora a coordenadora do grupo de mães, é aquela que tem seus objetivos e quer a todo custo fazer com que as pessoas não desistam, mesmo que os objetivos não sejam mais dos outros, e sim os dela.

Valeu a pena cada página lida, pude perceber através da história de Ângela e Otávio, que tantas famílias passam por esse sofrimento e são totalmente invisíveis aos nossos olhos. Triste, porém real, milhares de pessoas somem todos os dias, crianças, adultos... E muito pouco é feito para diminuir essa estatística.

                                                                                                                   Renata Maiochi







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